quinta-feira, 25 de agosto de 2011


J. R. R. Tolkien

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John Ronald Reuel Tolkien CBE (Bloemfontein3 de Janeiro de 1892 — Bournemouth2 de Setembro de 1973) foi
 um escritorprofessor universitário e filólogo britânico.Tolkien nasceu na África do Sul e aos três anos de idade,
com sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra, terra natal de seus pais. Desde pequeno fascinado pela
lingüística, cursou a faculdade de Letras em Exeter. Lutou na Primeira Guerra Mundial, onde começou a escrever
os primeiros rascunhos do que se tornaria o seu "mundo secundário" complexo e cheio de vida, denominado Arda,
palco das mundialmente famosas obras O HobbitO Senhor dos Anéis e O Silmarillion, esta última, sua maior paixão,
 que, postumamente publicada, é considerada sua principal obra, embora não a mais famosa.
Tornou-se filólogo e professor universitário, tendo sido professor de anglo-saxão (e considerado um dos maiores
especialistas do assunto) naUniversidade de Oxford de 1925 a 1945, e de inglês e Literatura inglesa na mesma
universidade de 1945 a 1959. Mesmo precedido de outros escritores de fantasia, tais como William Morris,
Robert E. Howard e E. R. Eddison, devido à grande popularidade de seu trabalho, Tolkien ficou conhecido como o
 "pai da moderna literatura fantástica".[1] Vendeu mais de 200 milhões de livros. Sua obra influenciou toda uma
geração.
Católico fervoroso, foi grande amigo de C.S. Lewis, autor de As Crônicas de Nárnia, ambos membros do grupo de
 literatura The Inklings.

Biografia


A família Tolkien

Até onde se sabe a maioria dos parentes paternos de Tolkien eram artesãos. A família teve origem na Saxônia
 (Alemanha), mas viveu na Inglaterra desde o século XVII, tornando-se "rápida e intensamente inglesa (mas não
 britânica)".[2]
O sobrenome Tolkien é um anglicismo de Tollkiehn (em alemão, tollkühn, temerário, imprudente, que em uma
tradução etimológica deveria ser dull-keen, algo como estúpido-sagaz, uma tradução literal de oxímoro; no conto
The Notion Club Papers, Tolkien cria um personagem com o nome John Jethro Rashbold, fazendo piada com o
seu próprio nome, já que Jethro e Reuel são nomes do mesmo personagem bíblico, o sogro de Moisés). Mesmo
 sendo um Tolkien, considerava-se mais um Suffield (sua família materna) do que propriamente um Tolkien.

Tolkien em 1911.
Aos três anos parte com a sua mãe, Mabel Suffield, dona de casa,
 e com o seu irmão, Hilary Arthur Reuel Tolkien, para a Inglaterra,
onde pretendiam passar apenas uma temporada devido a questões
de saúde de Mabel e dos seus filhos, mas devido à morte de seu pai,
eles ali permaneceram por toda a vida. O pai, Arthur Tolkien, um
bancário que trabalhava para o Bank of África, contraiu febre reumática
 e morreu em 1896 na África do Sul, antes de juntar-se à família, e foi
 enterrado na própria África. Em 1900 a situação financeira da família
complicou-se. Mabel Suffield fazia parte da Igreja Anglicana, e quando
tornou-se católica, sua família cortou a ajuda financeira que lhe dava,
e assim ela morreu, por diabetes, sem tratamento na época. Tolkien,
que considerava esse fato um sacrifício da mãe em nome da fé,[3]
 converteu-se ao Catolicismo.
Tolkien e seu irmão foram entregues então aos cuidados do Padre jesuíta
Francis Xavier Morgan, que Tolkien mais tarde descreveu como um
segundo pai, e aquele que lhe ensinara o significado da caridade e do
 perdão.
Conheceu Edith Bratt em 1908, quando ele e seu irmão Hilary foram alojados no mesmo local que a jovem, três anos
mais velha, e os dois começam a namorar escondido. Entretanto, seu tutor, o Padre Francis Morgan, descobriu a
situação e, acreditando que este relacionamento fosse prejudicar a educação do rapaz, proibiu-o de vê-la até que
 completasse vinte e um anos, quando Tolkien alcançaria a maioridade. Na noite do seu vigésimo primeiro aniversário,
 Tolkien escreveu a Edith, e convenceu-a a casar-se com ele, apesar de ela já estar comprometida, e também
converteu-a ao catolicismo. Juntos eles tiveram quatro filhos: John Francis Reuel Tolkien (19172003),
Michael Hilary Reuel Tolkien (1920-1984), Christopher John Reuel Tolkien (1924-) e Priscilla Anne Reuel
 Tolkien (1929-).
Tolkien era um pai devoto. Essa característica mostrava-se bastante clara nos livros, muitas vezes escritos para
seus filhos, como Roverandom, escrito quando um deles perdeu um cachorrinho de brinquedo na praia. Além disso,
 Tolkien mandava todos os anos cartas do Papai Noel quando os filhos eram mais jovens. Havia mais e mais
personagens a cada ano, como o Urso Polar, o ajudante do Papai Noel, o Boneco de Neve, Ilbereth (um nome
semelhante ao da rainha Elbereth, a Valië), sua secretária, e vários outros personagens menores. A maioria deles
 contava como estavam as coisas no Pólo NorteMestre Gil de Ham foi, outrossim, uma história contada para
entreter os filhos.


A vida na sua obra

A infância de Tolkien teve duas realidades distintas: a vida rural em Sarehole, ao sul de Birmingham, lugar que
 inspirou o famoso Condado, e o período urbano na escura Birmingham, onde iniciou seus estudos. Nesta frase
 Tolkien fala sobre Sarehole:
Cquote1.svgA ancestral Sarehole há muito se foi, 
engolida pelas estradas e por novas
 construções. Mas era muito bonita 
na época em que vivi lá…
Cquote2.svg
— Tolkien
Ainda criança, mudou-se para King's Heat, numa casa próxima a uma linha de trem. Foi aí que ele começou
a desenvolver uma imaginação lingüística, motivada pelos estranhos nomes das paradas do percurso, tais
 como Nantyglo, Perhiwceiber e Seghenydd. Sua infância foi muito marcada pelos contos de fadas, que
 estimularam sua imaginação para o Faërie, Belo Reino, como ele se referia ao mundo dos seres fantásticos.
Em 1900, sua mãe abraçou a religião católica, fato que o influenciou profundamente, mesmo sem a menção
 direta de Deus na sua obra (Tolkien representa Deus por Eru, o qual cria todo universo e os seres que lá
 habitam). Tolkien disse que os mitos não-cristãos guardavam em si elementos do Grande Mito, o
Evangelho, que adentraram o Mundo Primário, isto é, o mundo real, fato este que não vai contra a Igreja 
Católica.
Sua mãe Mabel apresentou a ele e a seu irmão os contos de fadas em línguas como o latim e o grego. Desde
 a morte da mãe, quando os irmãos passaram aos cuidados de Francis Morgan, o rapaz dedicou-se aos
estudos demonstrando grande talento lingüístico. Estudou grego, latim, línguas antigas e modernas, como
finlandês, que serviu de base para criação do idioma élfico Quenya e ogalês, base para o outro idioma élfico,
 o Sindarin. Em 1905 os órfãos mudaram-se para a casa de uma tia em Birmingham. Em 1908 deu início à carreira
acadêmica, ingressando no Exeter College, da Universidade de Oxford.
Em 1914, ano em que começou a Primeira Guerra Mundial, Tolkien ficou noivo de Edith Bratt. No ano seguinte,
 recebeu com honras o diploma de licenciatura em Literatura de Língua Inglesa. A graduação e os méritos não
 o libertaram da convocação e em 1916, depois de casar-se com Edith Bratt, foi chamado à guerra. Tolkien
sobreviveu à Batalha do Somme (província de Soma), uma mal-sucedida incursão na França/Bélgica onde
morreram mais de 500 mil combatentes. Em 1917 nasceu o seu primeiro filho, John Francis Reuel Tolkien
 (mais tarde padre John Tolkien) e no ano seguinte, depois de contrair tifo, J.R.R.Tolkien foi enviado de
volta à Inglaterra. Foi neste período que iniciou o Livro dos Contos Perdidos (The Book of Lost Tales),
que mais tarde converteu-se em O Silmarillion, em 1919 quando ele retornou a Oxford.
Depois do fim da guerra Tolkien dedicou-se ao trabalho acadêmico como professor, tornando-se um grande
 e respeitado filólogo. Nesta mesma época ingressou na equipe formada para preparar o New English
 Dictionary, o equivalente inglês do dicionário brasileiro Aurélio. O projeto já havia chegado à letra W, e seu
supervisor, impressionado com o trabalho de Tolkien, afirmou que:[5]
Cquote1.svg"Seu trabalho [de Tolkien] dá provas de um
 domínio excepcional de anglo-saxão e dos 
fatos e  princípios da gramática comparada das
 línguas germânicas. Na verdade, não hesito em 
dizer que nunca conheci um homem da sua idade
 que se igualasse a ele nesses aspectos."
Cquote2.svg
— '
Mas foi só em 1925, depois do nascimento de seus filhos Michael Hilary Reuel Tolkien (1920) e Christopher
 John Reuel Tolkien (1924) que Tolkien publicou seu primeiro livro, ao lado de E. V. Gordon: Sir Gawain &
the Green Knight, baseado em lendas do folclore inglês. A sua filha mais nova, Priscilla Anne Reuel Tolkien,
 nasceria dali a cinco anos.



O pub The Eagle and Child.
Tolkien foi muito ligado a sociedades. Nas que participou, a literatura era
 o tema fundamental, algo que o ajudou na criação de suas obras, pois nestas
 sociedades encontrou seu primeiro público e encorajadores.
Em sua juventude, sua primeira sociedade foi a T.C.B.S. (Tea Club, Barrowian
 Society), formada por Tolkien e três amigos. Não era dedicada apenas a
 literatura, mas ela estava presente. A Primeira Guerra Mundial dissolveu o
 grupo, matando Rob Gilson, e algum tempo depois G. B. Smith. Os dois
restantes, Christopher Wiseman (inspiração para o nome do terceiro filho
 de Tolkien) e Tolkien, foram amigos até o fim da vida de Wiseman.
A frase a seguir é de G.B.Smith, pouco depois da morte de Rob Gilson
Cquote1.svgA morte pode nos tornar repugnantes e
 indefesos como indivíduos,
 mas não pode acabar com os quatro imortais!
Cquote2.svg
— G.B.Smith
Anos depois, fundada por Tolkien, The Coalbiters se dedicava à literatura nórdica, muito apreciada por Tolkien,
que incluía Beowulf e o Kalevala, por exemplo. Chamavam-se de Kolbitars, ou, "homens que chegam tão perto do
 fogo no inverno que mordem carvão", o que originou no nome Coalbiters (mordedores de carvão). Entre seus
membros estavam R. M. Dawkins, C. T. Onions, G. E. K. Braunholz, John Fraser, Nevill Coghill, John Bryson,
George Gordon, Bruce McFarlane e C. S. Lewis.
Outro grupo de que participava era chamado The Inklings, também dedicado à literatura, que se reunia no pub
 The Eagle and Child (em português A Águia e a Criança) que os integrantes chamavamO Pássaro e o Bebê
 (The Bird and Baby em inglês). Os Inklings incluíam C. S. Lewis e seu irmão H. W. Lewis, Charles Williams, Owen
 Barfield e Hugo Dyson.
Quando Tolkien conheceu C. S. Lewis, este era agnóstico, e Tolkien logo se empenhou para convertê-lo ao
catolicismo romano. No entanto, Lewis preferiu o anglicanismo, movimento protestante cristão no qual fora
educado. A religião sempre foi um motivo de afastamento entre Tolkien e C.S.Lewis, especialmente pela forma
diferente como ambos a tratavam. Tolkien inclusive não apreciou muito a obra As Crônicas de Nárnia, por
considerá-la demasiadamente alegórica (entretanto, ele não odiou o livro, como pensam alguns). A religião no
livro de Lewis é bem explícita, ao passo que nos de Tolkien ela é oculta em personagens, lugares e até atitudes,
 embora sem ser alegórica, construção de que Tolkien não gostava. Apesar dos desentendimentos Tolkien e
Lewis foram grandes amigos, amizade essa explorada no livro O Dom da Amizade: Tolkien e C. S. Lewis.
De fato, O Senhor dos Anéis provavelmente não existiria sem o incentivo de C. S. Lewis, que aliás foi o primeiro
 a ouvir a história, e Tolkien jamais deixou de admirar a grande inteligência de Lewis.


A idéia de seu primeiro grande sucesso, O Hobbit, surgiu em 1928, enquanto Tolkien examinava documentos de
alunos que queriam ingressar na Universidade e Tolkien contou que:
Cquote1.svgUm dos alunos deixou uma das páginas em branco – possivelmente a melhor coisa que poderia ocorrer
 a um examinador – e eu escrevi nela: Em um buraco no chão
 vivia um hobbit, não sabia e não sei por quê.
Cquote2.svg
Tolkien
Foi a partir desta frase que ele começou a escrever O Hobbit, somente dois anos depois, mas o abandonou no meio.
Tolkien emprestou o manuscrito incompleto para a Reverenda Madre de Cherwell Edge na época, quando esta estava
 doente, e ele foi visto por Susan Dagnall, uma bacharel de Oxford , que trabalhava para Allen & Unwin (comprada
 em 1990 pela Editora Harper Collins) e analisado depois por Rayner Unwin (Filho deStanley Unwin, fundador da
Allen & Unwin, na época com 10 anos de idade) que ficou maravilhado pela história. Dagnall ficou tão encantada
com o material que encorajou Tolkien para que ele terminasse o livro, e em 1937 é publicada a primeira edição de
 O Hobbit.
A saga do hobbit Bilbo – um ser baixo, pacato, de pés peludos e grandes, que se aventura na Terra Média ao lado
do mago Gandalf e mais treze anões – teve tanto sucesso que Tolkien foi sondado para novas aventuras. Tolkien
oferece O Silmarillion, que ele considerava sua principal obra, mesmo que, hoje, não a mais conhecida. Stanley Unwin
 preferiu não arriscar e não publicou a obra. Mesmo depois da recusa, Tolkien concordou em continuar a saga dos
 hobbits e começa a dar forma a uma nova obra, que lhe consumiu doze anos de trabalho desde os primeiros rascunhos
 até a sua conclusão, mas que o tornaria um dos mais conceituados escritores de todos os tempos: O Senhor dos Anéis.
O elo para a nova aventura surge no Anel que Bilbo rouba de Gollum em O Hobbit. Os primeiros rascunhos da obra
datam de 1937, mas devido ao seu perfeccionismo, que o impelia a ter de fazer vários rascunhos para cada uma de
suas obras, foi somente em 1949 que O Senhor dos Anéis foi para as mãos de sua editora. Durante este longo tempo,
Tolkien também escreveu Leaf by Niggle em que o autor se manifesta de forma autobiográfica, projetando-se em
Niggle, com suas dúvidas sobre o trabalho que estava escrevendo, "O Senhor dos Anéis", e sua relevância. Em
princípio o texto foi recusado, pois a idéia de Tolkien era lançar dois volumes, sendo eles "O Silmarillion" e
"O Senhor dos Anéis", já que ele os considerava interdependentes e indivisíveis. Entretanto o editor da Collins,
 uma outra editora, havia gostado da idéia e começou a encorajar Tolkien a publicar os livros pela editora Collins.
 Depois de grande atraso na publicação, Tolkien perde a paciência e desiste do acordo. Posteriormente, após
algumas conversas com Rayner Unwin (já adulto e trabalhando na empresa do pai, Rayner foi um dos que recebiam
 os rascunhos de "O Senhor dos Anéis" de Tolkien ao longo de sua composição), a decisão da Allen & Unwin
 foi reconsiderada e, em 1954, foram publicados os dois primeiros volumes (A Sociedade do Anel e As Duas Torres).
 Em 1955 foi publicado o terceiro e último volume (O Retorno do Rei). A idéia original era lançar a obra toda num
 único volume, mas para baratear os custos de impressão, foi dividida em três volumes.
Esse livro consolidava então o que Tolkien chamava de Mundo Secundário, com novas normas, novos povos,
uma realidade à parte: Arda, o cenário de uma das maiores obras literárias de todos os tempos. "Arda" é a Terra,
povoada por seres fantásticos, como os Valar, os Maiar, e os mais conhecidos, hobbits, elfosanõestrollsorcs
e cercada de mistérios e magia:
Cquote1.svg[Criei] um Mundo Secundário no qual sua mente pode entrar. Dentro 
dele, tudo o que ele relatar é "verdade": está de acordo com as leis daquele 
mundo. Portanto, acreditamos enquanto estamos, por assim dizer, do lado de dentro.
Cquote2.svg
Tolkien[4]
Apesar dos ataques da crítica, o livro teve grande sucesso dos dois lados do Atlântico, mas seus livros
só alcançaram a classe de cult nos anos 60, devido ao fato de sua obra ter se tornado mania entre os
 universitários dos Estados Unidos com a chegada de uma edição pirata norte-americana neste país.
O nome de Tolkien ganhou notoriedade mundial, fato este que provocava mais transtornos que prazer ao
 autor, pois visitantes excêntricos afluíam ao seu encontro: fãs norte-americanos telefonavam-lhe durante
 a madrugada sem se lembrar do fuso horário por exemplo. Tais fatos tiveram grande peso em sua decisão
 de se mudar para Bournemouth.


Exímio lingüista
Tolkien era um homem apaixonado por idiomas. Quando criança se encantava com

 nomes galeses que via nos caminhões de carvão. Com suas primas aprendeu rapidamente uma língua 

artificial e bem simples criadas pelas garotas, chamada Animálico, com base nos nomes de animais. Juntos 

criaram outra língua, uma mistura de vários outros idiomas. Chamava-se Nevbosh, traduzido como Novo 

Disparate. Mais tarde criou o Naffarin, mais complexa e baseada na língua de seu tutor padre Francis 

Morgan: o espanhol.

Tolkien, em Dezembro de 1910, tornou-se aluno do curso de literatura clássica na Universidade de Oxford,
onde obteve uma bolsa de estudos do Exeter College, mas desinteressou-se por este curso e começou a
gastar mais tempo no estudos de filologia, sendo orientado por Joseph Wright, um dos grandes pesquisadores
britânicos desta ciência e grande conhecedor do tronco linguístico indo-europeu. Pediu transferência para a
 Honour School of English Language and Literature, onde teve um notável melhora devido ao seu interesse
 pela filologia germânica.

O primeiro artigo da Declaração dos Direitos Humanos escrita nos caracteres Fëanorianos: asTengwar.
Desde criança já tinha em sua volta línguas clássicas como grego e o latim,
e mais tarde com o espanhol. Sempre achou o italiano muito elegante e, é claro,
 o inglês e o anglo-saxão o fascinavam. O francês não o cativava tanto, apesar
de ser (como ainda é) aclamada como uma belíssima língua. Quando se deparou
 com a língua finlandesa ele se encantou, e usou sua gramática, junto com a galesa,
como base para as línguas que mais tarde apareceriam em seus livros. Línguas de
gramática complexa e vasto vocabulário. Línguas que seriam estudadas a fundo
 por muitos de seus fãs: o Quenya, cujo exemplo máximo é expressado pelo
poema Namárië, e o Sindarin, este último baseado no galês, as Línguas Élficas,
 todas movidas pelo som bonito (eufonia) e pela estética, como o "Repicar dos
sinos" dizia ele.
Foi baseado nestas línguas que Tolkien começou a desenvolver seu mundo.
 Para ele, primeiro vinha a palavra, depois a história. A composição para ele não
 era um passatempo (como foi 'acusado' na época), mas um trabalho filológico. Ele criou um mundo onde suas
 línguas pudessem ser faladas, e lendas para rodeá-las.
Tolkien, consciente da língua como um organismo mutável, totalmente relacionado com as histórias de um povo,
afirmou certa vez que:[8]
Cquote1.svgVolapuqueEsperanto, o Ido, o Novial, são línguas mortas,
 mais mortas do que antigas línguas sem uso,
 porque seus inventores jamais criaram lendas 
para acompanhá-las.
Cquote2.svg
Tolkien
Mais tarde afirmou num artigo sobre filologia:
Cquote1.svgMeu conselho a todos que dispõem de tempo ou inclinação
 a se ocuparem com o movimento por uma língua internacional, 
seria: "Apoiem lealmente o Esperanto".
Cquote2.svg
— Tolkien
Criou várias outras línguas (como o Khûzdul e o Valarin), mas nenhuma tão elaborada quanto as duas élficas.
Também desenvolveu alguns sistemas de escrita, as Angerthas (ou runas) e as Tengwar. Acreditava que uma
 língua bonita devia ter também um alfabeto elegante.
Além do inglês, Tolkien conhecia cerca de dezesseis outros idiomas (à excepção dos criados por ele mesmo) que
eram os seguintes: grego antigo, latim, gótico, islandês antigo, sueco, norueguês, dinamarquês, anglo-saxão, médio
 inglês, alemão, neerlandês, francês, espanhol, italiano, galês e finlandês.
Quando O Hobbit foi traduzido para o islandês, Tolkien ficou encantado, porque, além de esta ser uma de suas línguas
favoritas, ele achava que o livro combinaria muito com ela. Muitos nomes, comoGandalf, foram retirados do antigo islandês.





Cquote1.svg[...]o cabelo dela era preto e sedoso, a pele clara, os olhos mais brilhantes do 
que os que vocês viram, e sabia 
cantar… e dançar. Mas a história estragou-se, e eu fiquei para trás, e não posso
 suplicar perante o inexorável Mandos.[...].
Cquote2.svg
Tolkien
Além de "O Hobbit" e "O Senhor dos Anéis", foram publicados Sir Gawain and the Green Knight (1925)
Mestre Gil de Ham (1949), As Aventuras de Tom Bombadil (1963), Smith of Wootton Major (1967) e
 Sobre Histórias de Fadas (1965) entreoutros (vide Obra de Tolkien). O escritor então se aposenta e junto 
de sua mulher se muda para Bournemouth. Com a morte de sua esposa em 19 de Novembro de 1971
após 55 anos de casamento, Tolkien refugiou-se na solidão em um apartamento
 na Universidade de Oxford. Numa carta ao seu filho Christopher, John Ronald Reuel Tolkien escreveu, 
sobre sua mulher Edith Bratt:[11]
No texto, Tolkien decide que no epitáfio de Edith estaria escrito Lúthien. Lúthien é uma personagem 
de "O Silmarillion" inspirada na esposa de Tolkien, como afirma o trecho da mesma carta:[12]
Cquote1.svgÉ breve e simples [o epitáfio], a não ser por Lúthien, que tem para mim
 mais significado do que uma  imensidão de palavras, pois ela era (e sabia que era) 
a minha Lúthien [...] Nunca chamei Edith de Lúthien,
 mas foi ela a fonte da história que, a seu tempo, se tornou parte de O Silmarillion.
Cquote2.svg
Tolkien
Lúthien era elfa, imortal, mas se apaixona por um mortal, Beren. Ela então desiste de sua im
ortalidade. Ambos enfrentammuito para ficar juntos e, quando ele morre, Lúthien vai até os 
Palácios deMandos, o guardião das Casas dos Mortos.
Beren a aguardava nos Palácios, e ela canta diante de Mandos que, então, se comove, a única 
vez em toda sua existência, e permite que ambos voltem, como mortais. E assim foi. No túmulo, abaixo
 do nome Edith Tolkien está escrito Lúthien,que, nas histórias, é a mais bela das elfas, a mais bela
 dos Filhos de Ilúvatar. A história dos dois está contada na Balada de Leithian.
Em 1972, J. R. R. Tolkien recebeu o Doutorado Honorário em Letras da Universidade de Oxford, e 
conseguiu seu último e mais importante título: a Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth, uma 
das maiores honras britânicas. Era agora Sir John Ronald Reuel Tolkien.
No dia 28 de Agosto de 1973 Tolkien sentiu-se mal durante uma festa, e na manhã do outro dia foi internado,
 com úlcera e hemorragia. No sábado descobriu-se uma infecção no peito.
Aos 81 anos de idade, então, nas primeiras horas do domingo de 2 de Setembro de 1973, J. R. R. Tolkien morre
 na Inglaterra. Enterrado junto com a esposa, no Cemitério de Wolvercote, no túmulo feito de granito da Cornualha,
abaixo do seu nome há a inscrição Beren.
O obituário escrito ao jornal The Sunday Times diz:
Cquote1.svgDois de Setembro de 1973, Londres. J.R.R. Tolkien, lingüista,
 estudioso e autor de sucesso, faleceu hoje 
em Bournemouth. Ele tinha oitenta e um anos…

Cquote2.svg
— The Sunday Times
Após sua morte, o seu filho Christopher editou e publicou "O Silmarillion"
 (em 1977), além de nos anos 80 e 90 lançar a série The History Of 
Middle-Earth (A História da Terra-Média), uma gigantesca coletânea dividida
 em doze volumes, e Unfinished Tales of Númenor and Middle-Earth
 (Contos Inacabados), seu livro mais recentemente publicado é Os Filhos de Hurin, ou Os Filhos de Húrin, ou Narn
 i hîn Húrin, também baseados em manuscritos do autor J.R.R. Tolkien, seu pai, livro esse lançado em 2007.
Em 1992, ano em que Tolkien completaria 100 anos, duas árvores foram plantadas em seu tributo em Oxford pela
Tolkien Society e pela Mythopoeic Society, grupos de leitores e estudiosos de sua obra. Essas duas árvores fazem
 alusão às Duas Árvores de Valinor, que davam luz a Valinor nos Dias Antigos.[carece de fontes]


Apesar de ter dado início em 1937 com O Hobbit, o livro infanto-juvenil, foi somente após o lançamento da
 trilogia de "O Senhor dos Anéis" (1954-1955) que Tolkien passou a ser conceituado por milhões de fãs. Em
 1996, uma pesquisa feita pela livraria londrina Waterstone's, que conta com mais de 200 lojas em toda
Grã-Bretanha, em parceria com o canal de televisão Channel 4, elegou O Senhor dos Anéis como o melhor livro
 do século e O Hobbit entre os vinte melhores.[13] Uma outra pesquisa mais recente, datada de 2003, feita pela
BBC, perguntando às pessoas qual o livro favorito delas, "O Senhor dos Anéis" ficou em primeiro, e "O Hobbit"
 em vigésimo quinto.[14] São mais de 50 milhões de exemplares vendidos em vários países, traduzido para 34
 idiomas, juntamente com legiões de fãs que se dedicam a ler e estudar a obra do autor.
O mundo artístico também foi muito influenciado por Tolkien. O cinema (principalmente a trilogia "O Senhor
 dos Anéis"), a música, o RPG (liderado pelo D&D), os desenhos animados, a literatura, ashistórias em quadrinhos,
os jogos de computador e até mesmo a Internet, com milhares de websites dedicados a sua obra sofreram
inúmeras influências do escritor freqüentemente aclamado como o maior autor do século XX em pesquisas de
 opinião.[carece de fontes]
John Ronald Reuel Tolkien foi membro da diretoria do New English Dictionary (1918-1920), professor de Língua
 Inglesa na Universidade de Leeds, cátedra Rawlinson & Bosworth, posto ligado à Faculdade Pembroke
 (em Oxford) (1920-1925), professor de anglo-saxão (inglês arcaico) em Oxford (1925-1945) e professor de
Língua e Literatura Inglesa em Merton (1945-1959), o que caracteriza um jeito próprio de lidar com os livros e a
mitologia sempre presente em seus livros.
Mesmo com o sucesso de "O Senhor dos Anéis", Tolkien só virou celebridade por volta da década de 1960,
especialmente nos campi das universidades.[15]
Estes fãs tiveram a mesma importância que os trekkers em Star Trek, os "star warriors" em Star Wars e os "excers"
 em Arquivo X para tornar a obra de Tolkien conhecida. Desde os encontros da primeira sociedade Tolkien, que
 se comunicava através de frases em cartazes no metro de Nova York,[carece de fontes] a tolkienmania só cresceu
 e continua a influenciar muita gente. No auge da contracultura, a obra era considerada uma espécie de bíblia
 da Sociedade Alternativa.[carece de fontes] Com broches como "Frodo Vive" e "Gandalf para Presidente", os
 fãs se reuniam para celebrar Tolkien. O público nessa época era composto, quase sempre, por geeks da
computação e hippies.[16]
A criação de mundos complexos como a Terra-Média também deram uma arejada à literatura ficcional, além de
 inaugurar um novo gênero literário, a literatura fantástica, algo de que Tolkien sentia falta na literatura. Muitos
autores também criaram seus mundos próprios e essa realidade virtual criada por Tolkien foi o elemento-chave
para a ficção científica de Duna (de Frank Herbert), para a fantasia de A Cor da Magia (de Terry Pratchett).
Talvez até para o universo de Harry Potter de J. K. Rowling, tenha servido de base, apesar de Rowling gostar muito
 da obra tolkieniana, ter declarado:
Cquote1.svgPenso que, se deixarmos de lado o fato de que os livros falam de dragões, varinhas mágicas e magos,
 os livros de Harry Potter são muito diferentes, especialmente 
no tom. Tolkien criou toda uma mitologia. Não penso que alguém possa dizer que eu tenha feito isso.
Cquote2.svg
J.K.Rowling[17]
.
Além disso, o autor David Colbert escreveu em seu livro "O Mundo Mágico do Senhor dos Anéis":
Cquote1.svgMuitas pessoas tentam comparar J. R. R. Tolkien e J. K
. Rowling só porque ambos contam histórias sobre mundos imaginários 
habitados por magos. Não há muita coisa semelhante entre suas histórias.
Cquote2.svg
D.Colbert
Em 1974Gary Gygax e Dave Anderson arrumaram uma maneira de interagir com esta realidade e criaram
 o Role-Playing Game (RPGDungeons & Dragons, um jogo de personificações com temas fantásticos,
 inspirados na Terra-Média de Tolkien.[18] Com o RPG foi possível se aventurar no universo de orcs,
anõeselfosdragões e até os hobbits, os Halflings do D&D, que mantêm muitas características dos Hobbits
com leves alterações (inclusive o próprio Tolkien usava o nome halfling para os seus hobbits). O RPG serviu
de estímulo para o público explorar e conhecer novos mundos. A própria Terra-média chegou a ter seu RPG,
MERP (Middle-Earth Role Playing), em 1982, só que o complexo sistema de regras e os freqüentes equívocos
em relação à trama atrapalharam sua difusão, e o MERP não saiu. [carece de fontes]
Na década de 1970, um hacker fã de Tolkien deu uma ajuda ao programador do arcaico RPG Adventure. O jogo
foi transformado, ganhou o nome de Zork e virou hit entre os usuários da Arpanet(embrião da Internet) porque
 estava cheio de referências ao mundo de Tolkien.[carece de fontes] Nos primórdios da rede, essas realidades virtuais
 ganharam uma versão em texto, batizadas de MUD(Multi-User Dungeon/Dimension, que em português soa algo
 como "Dimensão Multiusuários"). Hoje, graças aos avanços da tecnologia, os MUD caíram em desuso e o que
é sucesso são jogos multiplayer como EverQuestÚltima OnlineAsheron’s CallWarcraft e Kingdom
 Under Fire.[carece de fontes] Todos têm em comum cenários fantásticos e referências às obras de Tolkien.
 A Internet teve papel importante na propagação dos trabalhos do autor. Através dela foi possível reunir
fãs do mundo inteiro, que demonstram sua admiração e discutem a políticasociedade, as línguas, abiologia
e a história da Terra-Média. Há milhares de sites dedicados aos trabalhos de Tolkien que trazem ensaios,
 poemasfan-fictions (contos de ficção escritos por fãs), sátirascríticasnotícias, grupos de estudos, de
 discussão, fóruns e humor.
Ao contrário dos "trekkers" e dos "star warriors" que aprovam e incentivam as seqüências das obras originais
 em livros, filmesseriados, produtos e HQs, os fãs de Tolkien preferem manter seu próprio ponto de vista
 sobre a obra. Com uma visão muito pessoal e particular da saga de Frodo, os fãs não se arriscam a tocar na
Terra-média. E esse é um dos motivos que impediram uma proliferação ainda maior do legado do autor. A única
exceção talvez seja o livro The Black Book of Arda, escrito por duas jovens russas no início dos anos 90, que
recontavam os acontecimentos de O Silmarillion, só que do ponto de vista dos vilões.
A influência de Tolkien também pode ser percebida nas mais diversas formas de artes. Pintores como John Howe,
Roger GarlandTed NasmithAlan LeeTim Kirk e os irmãos Hildebrandt entre outros figuram em enciclopédias
 ilustradas e centenas de galerias de imagens na Internet. Eles retratam com primazia várias passagens dos
 livros.[carece de fontes]


História em quadrinhos

Tolkien também marcou presença nas HQs. Há influência dele em Bone, de Jeff Smith,[19] e na mega-série
 Elfquest,[20] que já tem mais de vinte anos de publicação e conta a história de um mundo recheado de elfos.
Também existe Lodoss, uma série criada por fãs-japoneses de RPG, que durante anos, anotaram suas
aventuras e transformaram em duas sagas animadas.[carece de fontes] A primeira é The Record of Lodoss
 War (de 1991) e a mais recente saga chama-se Chronicles of the Heroic Knight (de 1999), ambas trazem
um mundo mágico de deusesdragõesdemôniosmagos eguerreiros lutam pelo poder.


A obra do autor também marcou profundamente a música, principalmente estilos como o hard rock,
 o new age e variantes do heavy metal.[15] Milhares de canções de bandas como Led ZeppelinBlind 
Guardian, a banda sueca Za Frûmi’s (que compôs uma música com uma versão modificada do idioma orc),
RushJethro Tull, e outras, são creditadas como de alguma forma associadas às obras de Tolkien.


Em 1978, o animador britânico Ralph Bakshi (o mesmo de Super Mouse e Gato Felix) adaptou "O Senhor
dos Anéis" para o cinema num longa-metragem de animação de duas horas.[22] Outras duas obras de
Tolkien viraram longas animados para a TV inglesa: O Hobbit (em 1977)[23] e O Retorno do Rei (1980),
 ambas criadas para especiais de TV e dirigidas por Jules Bass, o mesmo produtor de Thundercats e
Silverhawks e co-diretor do longa metragem Rudolph, a rena do Nariz Vermelho.
O desenho animado Caverna do Dragão e o filme Dungeons & Dragons foram baseados no RPG D&D,
 e por isso também pode-se dizer que foram influenciados pela obra de Tolkien.[18]
Podem-se citar outras produções cinematográficas como O Cristal Encantado (1982), A História Sem
 Fim (1984), Labirinto (1986), A Lenda (1986), Willow – Na Terra da Magia (1988) e Coração de
 Dragão (1996).[carece de fontes]Peter Jackson, um antigo fã de Tolkien, dirigiu três filmes da saga,
 produzidos simultaneamente (divididos do mesmo modo que os livros, lançados em 20012002 e2003),
rendeu 17 Oscar à série, 4 ao primeiro, 2 ao segundo e 11 concedidos ao terceiro, igualando-o aos recordes
de Titanic e Ben-hur.


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